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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

28 maio 2017

A Mente de Cristo




Paulo era um homem com uma mente para além de seu tempo, certamente era o indivíduo mais qualificado intelectualmente do primeiro século.

Não obstante todo esse saber, tanto da filosofia grega, quanto da lei romana e da teologia judaica, ele prefere afirmar que considerou tudo isso como “esterco”, com vistas a alcançar um tipo mais excelente de sabedoria, a sabedoria do alto, aquela que nem carne nem sangue podem desenvolver, pois ela só se constrói por meios espirituais.

Ora, é por isso que escrevendo sua carta aos Coríntios, Paulo afirma que nós temos “A Mente de Cristo”, que é o que nos capacita a pensar de outra forma. Diferentemente, todavia, do que alguns inocentemente imaginam, a “Mente de Cristo” não é uma mente superdotada, com poderes cognitivos avançados, uma mente para além daquela que possuía Eistein ou Steve Jobs. A “Mente de Cristo” é uma mente que foi reconfigurada pelo Espírito Santo, ela recebeu o down load dos valores éticos do Reino de Deus e das Verdades do Evangelho com vistas a aparelhar a todo aquele que a possui a discernir coisas espirituais.

Portanto, quem tem a “Mente de Cristo” olha a vida com os olhos de Jesus, percebe as coisas como ele percebia, pensa como ele pensava, age como ele agiria. Mas não é só isso! Até a própria leitura e interpretação das Escrituras não pode prescindir deste “novo olhar”, pois sem esta capacidade de perceber o texto para além da letra, o que sobra é a interpretação caduca do código de regulamentação religioso.

Sim, o mesmo Paulo afirma que essa forma de crer produz morte, pois a letra precisa do Espírito para ganhar significado e propósito. Fora disto, o que sobra são regras infindáveis, liturgias ocas e sacrifícios tolos, os ditames de uma espiritualidade mórbida, algo tão bizarro que levou Jesus a perguntar a Nicodemos, o velho ancião do sinédrio, em tom sarcástico: “Você é mestre em Israel?”.

Já há algum tempo, tenho evitado discutir sobre a interpretação das Escrituras. Há mentes que se tornaram tão fechadas, danificadas que foram pelo espírito da letra, que não podem mais discernir nada para além do mandamento de Moisés.

Argumentar com tais pessoas é como falar de física quântica com uma criança, algo sem qualquer proveito ou benefício. Assim, estou certo, os que são de Deus ouvem a sua voz e se alegram com toda canção de paz. Os que não são, todavia, continuam nas praças esperando a velha cantiga religiosa, pois nada mais os alegra ou motiva.

Eu sei que pensar assim é algo totalmente desconforme, mas eu não sei mais pensar de outro jeito. Como bem afirmou Nietzsche: “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”.


Carlos Moreira



25 maio 2017

Os Pecadores que Amam



Eu não acredito que ninguém possa conhecer a Deus, através de Jesus e do Evangelho, e ainda assim se tornar uma figura retórica, apática, expressando uma espiritualidade tão etérea que não dura para além do culto de domingo.

Conversão, para mim, é visceralidade, é uma experiência de uma violência tal, que as marcas ficam tatuadas na alma, há uma mudança no olhar, no falar e no sentir, o indivíduo nunca mais será o mesmo, algo avassalador lhe revolve as entranhas, um outro ser, cresce dentro de si, pede licença para vir a superfície dos dias, esmaga e consome a velha natureza.

Eu olho para esta geração, para as catedrais lotadas, para os 60 milhões de evangélicos e os 140 milhões de católicos no Brasil, e o que vejo é apatia, é superficialidade, é gente que não tem um centro de gravidade espiritual, nem um caráter modificado, nem gestos largos, nem cicatrizes que marcam a vida.

Na verdade, somos a geração dos crentes de plástico, gente sem alma, sem emoção, sem paixão ou zelo pelas coisas do Reino, sem espírito sacrificial ou compaixão, sem solidariedade. Amontoamos saber teológico, e carecemos de ações de misericórdia, decoramos catecismos e confissões, e nada sabemos da prática da fé expressa na troca com o outro, decoramos versículos bíblicos, e esquecemos as lições elementares de Jesus no Sermão do Monte, somos os reis da retórica e da falácia, mas estamos esvaziados de obras que referenciem a experiência de fé.

Lucas, em seu evangelho, nos fala de Jesus visitando a casa de um fariseu chamado Simão. Na narrativa do cronista, o anfitrião, devidamente acomodado, foi surpreendido pela entrada em cena de uma “Mulher da Vida”. Ela não havia sido convidada, jamais poderia estar ali, mas quebrou todo o protocolo e correu todos os riscos para estar com Jesus.

Diz o texto: “Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: "Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés. Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama". Lucas 7:44-47.

A conclusão é de uma obviedade flagrante: quem foi perdoado, quem nasceu de novo, quem foi regenerado pelo Espírito, quem teve a consciência ressignificada, quem sofreu a violência gentil da mudança de natureza, quem experimentou ter o coração de pedra transformado em carne, ama, e o amor cancela todos os pecados cometidos no chão da vida. O resto é etiqueta religiosa, é receber a Jesus sem dar-lhe a importância devida, é seguir prescrições, mas sendo esvaziado de todos os significados mais profundos da fé.

Sim, a lição de Jesus é tão clara, mas apenas aqueles que são como crianças é que poderão entender. O Nazareno não disse que era preciso frequentar templos, nem decorar textos, nem dar dízimos e cumprir liturgias, ele não fala de sacrifícios, de manuais comportamentais, nem de lutas frenéticas contra o diabo, apenas disse que quem ama, está perdoado, e João complementa: “Quem ama, conhece a Deus!”.

Eu não quero andar com “teólogos”, nem com “apóstolos”, nem com os big shots da religião, não quero mais me ocupar de discussões doutrinárias, ou de projetos eclesiais, mega-eventos, marchas ou coisas semelhantes, eu estou em busca de encontrar pecadores que amam, gente que chora e se compadece das dores dos homens e da Terra, gente que me inspire a viver a fé e seguir, a suportar estes dias que são tão difíceis...


Carlos Moreira


23 maio 2017

ESTOU SUFOCADO!



A religião precisa do método para se sustentar. Sim, sem regras, sem obrigações, sem liturgias ordenadas, o religioso entra em pânico, sente-se sem chão, vê-se nu e em pecado.

Ora, nós sabemos o quanto o Evangelho de Jesus chocou os Fariseus justamente por isso, pois as leis judaicas, em número de 613, acrescidas das tradições dos anciãos, que podiam até dobrar esse número, se constituíam o manual de conduta daquela gente, o método que disciplinava e ordenava a vida do fiel.

Aí veio Jesus, falando de liberdade e de consciência, e reduziu mais de 1.000 preceitos legislativos em apenas dois: amar a Deus e ao próximo. Foi fatal! A crentaiada entrou em pânico! Para eles, viver de forma tão simples e leve revelava-se absurdo, era preciso submeter à existência aos rigores assépticos, as lavagens litúrgicas, aos sacrifícios purgatórios, as orações repetitivas, aos jejuns despropositados e as ofertas, em forma de dízimos, desprovidas de compaixão.

Na verdade, o Galileu bagunçou o quengo da moçada, propôs o Caminho da Consciência do Evangelho, onde não há lugar sagrado, nem dia sagrado, nem sacrifício sagrado, nem homem do sagrado, e com isso pôs fim, de uma feita só, no templo, no sábado, na intermediação dos sacerdotes e na oferta de cordeiros e pombas.

O Evangelho é um convite a quebrar as regras da religião para nos levar a liberdade de ser em Deus, ele nos tira do fordismo metódico e industrializado da igreja, para nos propor a Lei do Espírito e da Vida, que nos faz seguir pacificados e perdoados, sem pesos e sem demandas.

É simples assim, mas o Cristianismo não suportou nada disso, colocou de volta no velho odre da religião o vinagre do judaísmo repaginado com uma pitada de platonismo e a lógica do sistema grego de Aristóteles.

A partir daí, construiu templos, para congregar os "santos", ordenou Papas e Padres, para ministrar sacramentos, santificou o domingo, para o "culto" a Deus e reconstruiu as pesadas liturgias "sagradas", para metodizar a fé, pôs “ordem” na “desordem” proposta por Jesus.

Quando olho para tudo isso, dá certa tristeza, vê no que foi reduzida a fé de muitos, perceber o quanto a religião escraviza o indivíduo com ordenanças sem fim... Mas fazer o quê? Para quem o “Está Consumado!” não basta, o que sobra é viver com o “Estou Sufocado!”. Agora durma com um barulho desse...



Carlos Moreira

03 maio 2017

Às Vezes dá Certo, às Vezes dá Errado. E Daí?

A teologia da prosperidade, impregnada na mente e na alma desta geração, atribui ao fracasso, a doença, a perda ou qualquer outra situação desfavorável na vida do indivíduo o fato dele estar em dívida com a divindade, seja esta falta em forma de pagamento de dízimos, de falha em seu comportamento moral, de queda na frequência de atividades religiosas ou coisas correlatas. A religião se alimenta da culpa e do medo e estabelece na barganha seu modus operandis. Ao invés de fomentar saúde existencial, provoca doença comportamental, produz pessoas gananciosas que imaginam que Deus é uma espécie de financista de suas vontades, obrigado a lhes fazer prosperar em tudo o que fazem desde que o sujeito esteja em dia com a Contabilidade Celestial. Diante desse contexto, a questão que se levanta é a seguinte: o que fazer quando as coisas dão errado, mesmo quando estou fazendo tudo certo? Será que há algo subliminar que não estou percebendo? Ou uma maldição se alojou em minha vida em função da quebra de algum preceito ou mandamento? Quem sabe é algo ligado a alguém que está próximo a mim – um “Acã” em pecado? Será, talvez, plano de Deus me fazer passar por isso para me disciplinar? Ouço todos os dias pessoas que me trazem questões como estas... Elas estão desesperadas em busca de encontrar um álibi que possa explicar qual o motivo de seus negócios não estarem indo bem, o porquê do casamento está em crise, a explicação para o organismo está debilitado, a razão da promoção na empresa não ter saído, o propósito da causa na justiça ter sido perdida, e por aí vai... Mas será que existe alguma promessa de Deus nas Escrituras que lhe garanta viver bem todo o tempo? Sem doenças? Sem perdas? Sem fracassos ou frustrações? Sem impossibilidades e limitações? Na verdade, diante de muitas destas questões, o que tenho dito é apenas o seguinte: “Relaxe! Nem tudo dá certo!”. Assista a mensagem e tenha um encontro com a paz que pacificará sua alma a partir do discernimento de quais ações podem ser tomadas para nos aquietar diante da vida.


 

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