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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

10 novembro 2015

Negar-se a Si Mesmo



“Negar-se a si mesmo” é um dos conceitos e uma das falas de Jesus mais mal interpretadas de todo o Novo Testamento. Você pode encontrar a citação nos Evangelhos sinópticos, como por exemplo, em Lucas 9:23.

A questão se agrava pelo fato de que, a grande maioria dos pastores e líderes deste tempo carece, desgraçadamente, de ferramental mínimo para interpretar as Escrituras, as regras básicas da hermenêutica e da exegese bíblica. Sem isso, a versão que prevalece é sempre a mais popular, ou aquela que é expressa pela maior denominação, ou ainda o pensamento que for mais fundamentalista.

“Negar-se a si mesmo”, no conceito da esmagadora maioria da igreja evangélica brasileira, tem a ver com mortificação do eu, com aniquilamento da personalidade, com ascetismo grego repaginado, com estoicismo contemporâneo, com o neoplatonismo de Plotino, do qual Agostinho bebeu para elaborar sua teologia, que é à base de boa parte das crenças da igreja católica romana e de parte do protestantismo.

Nesse sentido, desconhecer a história é uma tragédia imperdoável para quem deseja se tornar mestre ou pregador do Evangelho. A negação do eu é um doutrina pagã, mas, jamais, cristã! O sujeito que se nega faz isso para se autojustificar, ainda que, conscientemente, ele não perceba tal feito.

Assim, a negação do eu é uma alternativa para a purificação, para a sublimação, para o “nirvana” espiritual. É uma das mais antigas práticas das religiões primitivas e dos cultos antigos. Quem se entrega a essa doutrina de negação e quem tenta reduzir à carne a escravidão, só fará com que pulsões enormes cresçam ainda mais em si mesmo, e essa analogia é científica, não religiosa.

A doutrina da negação elimina a doutrina da justificação, na qual eu sou informado de que não há nada que eu precise fazer para que a paz de Deus me envolva e para que a inimizade, produzida pelo pecado seja, definitivamente, extirpada da minha consciência.

Por isso, quem tenta fazer isso pela via da negação de si mesmo, assemelha-se aos que praticam a doutrina Kardecista, onde o indivíduo purga seus pecados pela via da piedade e das boas obras. Muda o meio, mas não o objetivo final.

Ora, a fala de Jesus só pode ser interpretada a partir da leitura mais ampla dos textos, no caso de Lucas, com a adição à exegese do verso 24. Observe: “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará”. Ou seja, “negar-se a si mesmo” significa abandonar toda busca de um caminho meritório para Deus, significa esvaziar-se de toda a justiça própria, significa abrir mão de qualquer sacrifício, oblação ou oferenda que possa assumir o papel da Cruz e do Sangue do Cordeiro.

Negar-se a si mesmo é aceitar o fato de que tudo já “está consumado”, de que o sacrifício foi feito uma vez para sempre, e que não há outro que possa ser colocado no lugar de nosso Sumo Sacerdote, o qual expia toda nossa imundice e culpa.

Portanto, quem desejar, pela via da negação, salvar a sua vida, a perderá, disse Jesus! Não existe nenhum ritual, nenhum culto, nenhum poder ou sabedoria, nenhum intermediário, nenhuma doutrina ou confissão que possa mudar isso, nada pode se colocar no lugar do Sacrifício do Senhor, que deu a sua vida para salvar o mundo! Portanto, só quem abre mão do caminho da religião, que é o esforço do homem para alcançar a Deus, quem “perde a sua vida”, a achará!

Eu penso que os que possuem bom coração e boa consciência entenderão o que falo. Por outro lado, quem se calcificou pela via da cauterização de mente produzida pela crença religiosa ainda andará buscando meios de agradar a Deus. Deus não quer se seduzido! Deus quer ser amado e obedecido! Só Jesus foi capaz de agradar a Deus! “Esse é o meu filho amado, e nele a minha vida se alegra!”.


Carlos Moreira

Fábrica de Neuroses







Como estamos nos distanciando, a cada dia, dos ensinos de Jesus e passamos a seguir sofismas ardilosos. No Evangelho não há qualquer menção de caráter ufanista, super-egóico ou pseudo ligado ao insuflamento da autoestima.

A saúde do ser, como se sabe, não está em levantar a moral do indivíduo, mas em pacificá-lo de dentro para fora, restituindo a paz em sua consciência e estabelecendo o bem em seu coração.

Mas a igreja, nestes tempo, precisa afirmar que você é uma “princesa”, que você é “cabeça e não cauda”, que você é “filho do Rei”, que você tem “poder”, que você pode “decretar a bênção”, que você é “ungido”, que você é “autoridade”, que você é “escolhido”, é uma overdose de veneno para a psique humana. São tantas as denominações de caráter preconceituoso e exacerbatório que, obviamente, é impossível viver carregando tudo isso sem passar a se achar melhor do que os outros ou, exclusivamente separado para experimentar “o melhor desta Terra”.

A questão concreta na vida real, todavia, é que só os “pastores” vivem nesta perspectiva, engordados em sua vaidade pelos dízimos de gente simples e fraca de mente, obesos de consciência e engordurados de coração. Sim, são estes que andam de jatinho, que possuem casas suntuosas, contas milionárias, templos faraônicos, que saem em capas de revistas e estão na mídia, todos os dias, pois, que importa que falem de mim, desde que eles falem?

Em Jesus, todavia, nós somos chamados para dar a vida pelos irmãos, pois o maior é o que serve e lava os pés dos cansados e aflitos. Em Jesus não temos espadas nas mãos, nem cetros de poder, mas bacias e toalhas, lavamos a imundice dos homens pela Palavra da Verdade e calçamos-lhes os pés com a preparação do Evangelho da Paz. Está tudo errado!

Minha tristeza é que, talvez, e desgraçadamente, você seja cúmplice disso! Imagine o nível de doença que é produzido num sujeito que sai de casa pela manhã achando que recitar meia dúzia de “mantras” fará com que o demônio se ajoelhe aos seus pés?

Imagine também a frustração de alguém que segue esta cartilha de maldades requintadas, que vive em campanhas, que paga o pedágio da fazenda celestial, que vive reprimindo a carne e negando sua própria humanidade, em almejar ser o que os pastores-lobos dizem que ele tem que ser e, ainda assim, nada está acontece em sua vida?

Imagine, ainda, o grau de ansiedade, de amargura, de conflito interior e desarranjo mental que esta pessoa passa a enfrentar achando que essas coisas não acontecem por que ele não tem fé, ou por que não fez direito a mandinga espiritual receitada como bula de enriquecimento e promoção da felicidade?

Creia, o Evangelho produz saúde e pacificação de alma, mas a religião é capaz de se fazer a igreja se tornar um viveiro de doenças, um lugar tão insalubre que mesmo quem só frequente, sem maiores compromissos, corre o risco de adoecer pela simples contaminação do que está escutando.

Carlos Moreira

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