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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

30 agosto 2011

Que me Venha a Tristeza Então!



“A tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração”. Ec. 7:3.

Nós vivemos na sociedade da fuga. Foge-se de tudo e, não raro, de todos. As pessoas desviam da realidade, vivem entorpecidas por psicotrópicos, não suportam o mundo como ele se apresenta. Em reportagem no jornal Folha de São Paulo, constatou-se que o ansiolítico Rivotril vende mais no Brasil do que Paracetamol e Hipoglós. Pode?

Pessoas fugindo... Elas se evadem de situações difíceis, inventam uma “mentirinha branca”, aquela que não traz prejuízos... Evitamos o gerente do banco, pois a conta está estourada, o síndico do prédio, pois o condomínio está atrasado, o cliente, pois a entrega está fora do prazo acordado, até os filhos, pois eles demandam tempo, e tempo, definitivamente, é algo que nós não temos.

Há os que têm medo do confronto, são eternas crianças, desviam da palavra mais firme, do olho-no olho, da verdade nua e crua. Evitam a todo custo uma conversa sincera, por isso, criam desculpas esfarrapadas, marcam e não comparecem, prometem e não cumprem, têm medo do enfrentamento porque sabem que agiram erradamente, preferem o jogo de esconde-esconde, arrastam a situação por anos, se possível for. Já afirmava Charles Ferdinand Ramuz, escritor e poeta suíço: “Não basta fugir, é necessário fugir-se para o lado mais conveniente”.

Há os que se escondem de si mesmos... Tentam esconder o ser do próprio eu, enterram seus sentimentos nos lugares impermeáveis da alma, aprisionam suas consciências em calabouços de mistérios. Friedrich Hebbel, poeta alemão, afirmou: “A vida da maioria das criaturas humanas é uma fuga para fora de si próprias”. Que agonia é existir assim, no simulacro, é a existência anabolizada, a vida plastificada.

Tenho visto algo alarmante: pessoas que evitam qualquer tipo de situação incômoda ou de desprazer. É a existência idealizada sobre a égide do hedonismo epicureu, a busca apenas pelo prazer, tudo o mais deve ser rejeitado: hospitais, funerais, doentes terminais, estações outonais, as pessoas não querem nada que as remeta às dinâmicas pertencentes ao real: a dor, a perda, o sofrimento e a solidão.   

Quero tentar trazê-lo à realidade! O sábio do Eclesiastes afirma que é melhor o enfrentamento com a tristeza do que a fuga dela. É a tristeza, e não o riso, que produz um ser mais robusto, uma espiritualidade sustentável, uma fé consequente.

É girando o moinho da dor que as pessoas se transformam em gente, aprendem a solidarizar-se, a perceber o outro, tornam-se generosas, humildes, contritas e mansas. Somos todos seres singulares, mas bem poetizou Frejat na sua canção “todo mundo é parecido quando sente dor”.   

Não fuja da tristeza, ela pode ser de grande valia na vida! É por isso que o apóstolo Paulo dizia que “regozijava-se nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições e angústias”, pois sabia que esses matizes eram capazes de transformar suas fragilidades em fortalezas.

Deus se utilizará mais da tristeza do que da alegria para forjar em nós um ser melhor, pois este é o convite para os que desejam caminhar no caminho: “Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.” Hb. 12:2.


Que me venha, então, a tristeza, pois eu sei, conforme o salmista, que os que “semeiam com lágrimas, com alegria ceifarão”.


Quem na vida sai andando e chorando enquanto semeia, quem entendeu que lágrimas são sementes que germinam a felicidade e que a terra regada com o sofrimento é capaz de produzir frutos de justiça jamais deixará que qualquer tipo de dor passe em sua vida sem que produza paz e bem para o ser.


Carlos Moreira

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