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Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.

31 julho 2009

Semeadores de Sonhos


"Como faço uma escultura? Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário." Michelangelo.

Sempre que alguém acha uma lâmpada maravilhosa e “aciona” o gênio, ele sai em forma de fumaça do receptáculo para fazer a célebre pergunta: “qual o seu desejo, amo?”. O que me chama a atenção, é que o anseio do bem-aventurado sempre trata de algo grandioso, como bens, fortuna e sucesso. Nunca li em nenhuma destas fábulas, ou ouvi qualquer anedota do gênero, em que o “amo” dissesse, de forma resignada: “quero encontrar paz”; ou, “desejo ser generoso”; ou ainda “sinto a necessidade de ser simples”. Invariavelmente, todos os que são inquiridos pelo gênio apresentam uma lista fantástica de coisas estupendas!

E você? O que você faria se encontrasse o gênio da lâmpada? O que você pediria a ele: coisas ou virtudes? Como não creio em gênios, fiquei pensando se Deus me aparecesse e fizesse a dita pergunta, o que eu faria? Certamente, pediria algo grande! Aliás, eu primeiro indagaria, com respeito ao Todo Poderoso, quantos desejos poderiam ser atendidos, pois, em se tratando de sonhos, os meus são sempre enormes... Confesso: nunca tive vergonha de sonhar. Sou um sonhador convicto e, provavelmente, incurável.

Quando penso em realizar coisas para Deus, nunca projeto coisas pequenas, singelas, despercebidas. Sei que a oferta da viúva pobre foi a que mais impressionou a Jesus, mas creio não ter sido por conta do valor monetário, e sim pelo significado de que ela deu, de coração, o melhor do que possuía, ofertou a si mesma e a tudo o que tinha.

O fato é que eu sou mesmo incorrigível: sempre penso em algo grande! Já me questionei, por diversas vezes, se a suposta “megalomania” não teria a ver com meus desejos pessoais, coisas da “carne”, no nosso “crentês”. Quem sabe para ser projetado, ou para receber elogios, ou, talvez, para provar, para mim mesmo, que sou capaz.

Em todas estas coisas há uma dose de verdade... Por certo, estes sentimentos já foram mais intensos quando eu tinha 20 anos. Aos 30 eles diminuíram paulatinamente. Hoje, aos 42, quase que se diluíram totalmente. É que nesta etapa do campeonato, com barba branca e sinais de rugas nos olhos, já não tenho mais nada a provar para ninguém. Pela graça de Deus, conforme Paulo, sou o que sou, e não me envergonho de quem me tornei, pelo contrário, tenho uma história com Deus, um caminho construído muito mais com perdas e dores do que com conquistas e vitórias. Quem me conhece que o diga...

Por isso, é bem provável que você nunca me encontre sendo piegas ou me servindo de hipocrisia e falsa humildade quando se trata de realizar algo. Não! Se me perguntar o que sonho para Deus, digo-lhe sem pestanejar: sonho com coisas grandes! E mais: não sinto qualquer desconforto com isso. Aliás, não tenho culpa de pertencer a uma geração que não sonha! Não me sinto desafiado a reproduzir a mediocridade dos que se acomodam e se satisfazem com pouco e, para tal, apresentam como desculpa o fato de que Deus aceita, de bom grado, tudo o que fazem para Ele, mesmo que seja sem qualquer esmero. A verdade é que não desejo nunca usar minha agenda como desculpa, ou minhas limitações pessoais como álibi para não realizar aquilo que, creio, posso fazer!

Recentemente ouvi uma frase que me deixou encafifado: “prefiro segurar doido a empurrar acomodado”. Quem dera ter mais “doidos” na Igreja! Quem dera ter gente mais empolgada, apaixonada, sonhadora. Quem dera ter tantos poetas como temos “profetas”; a Igreja seria um lugar melhor de se viver. Quem dera ter gente desprendida, como temos avarentos, gente comprometida, como temos displicentes, gente com espírito sacrificial, como temos negligentes. Ah, quem dera...

Sonho com o dia em que nossas ambições sejam a de ganhar almas mais do que a de ganhar dinheiro. Acredito que ainda verei o dia em que aqueles que receberam “10 talentos” os ponham para render para o seu Senhor, e não para si mesmos. Almejo ainda estar vivo no momento em que nossos tesouros estejam apenas em “vasos de barro”, e não em ações da bolsa de valores. Sim, irmãos, não me custa nada sonhar...

Por isso digo: grande Michelangelo! Nunca via a pedra bruta, sem forma, sem beleza, sem propósito. Pelo contrário, onde ninguém observava coisa alguma, ele enxergava uma escultura magnífica! Tudo o que era necessária era retirar da alma e do coração toda a pequinês, mediocridade, apatia, conformismo e preguiça.

Que Deus levante entre nós homens e mulheres que sonhem! Gente que olhe para uma casa velha e veja nela um centro de recuperação de drogados. Gente que olhe para lugares abandonados e veja escolas de formação profissional. Gente que olhe para um bom ponto comercial e não veja apenas uma loja, mas uma livraria, ou cafeteria, um lugar para abrigar gente, com boa música, onde as conversas possam acontecer, onde os valores do Reino possam ser fomentados de forma criativa e inusitada no coração das pessoas.

Sonhar é preciso! Por isso sonho, e não me satisfarei com pouco, mas estarei sempre agradecido por tudo aquilo que o Pai me permitir realizar. Empreenda, almeje fazer coisas extraordinárias, pois, como disse o Pessoa, “tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Quero conquistar o bairro onde estamos plantados como Igreja! Desejo que nossa comunidade seja relevante na cidade onde estamos! Peço ao Senhor que nossa visão e missão se espalhe pelo nordeste! Trabalho duro para, um dia, poder influenciar os que habitam em meu país.

Lembro-me que, em 1991, fui a um congresso em Brasília para ouvir o Dr. Myles Monroe, o influente pregador das Bahamas. Naquele encontro, ele nos trouxe uma palavra que tratava de nosso potencial. A mensagem era um resumo de seu livro “Understanding your Potencial” – “Entendendo o seu Potencial” que, mais tarde, se tornou um livro com grande vendagem em todo o mundo.

Naquela manhã de verão, o Dr. Myles perguntou a platéia de mais de 3.000 pessoas: “qual o lugar mais rico da terra?”. As respostas foram surgindo: “o conglomerado de Wall Street”; “os poços de petróleo do Oriente Médio”; “os museus da Europa”. Para todas elas, entretanto, o pregador balançava a cabeça em sinal negativo. Por fim, ele afirmou: “o lugar mais rico da terra é o cemitério. Sim, lá estão enterrados negócios que nunca foram abertos, projetos que nunca foram realizados, livros que nunca foram escritos, músicas que nunca foram compostas, obras de arte que nunca se materializaram. O lugar mais rico da terra é o cemitério, pois lá estão enterrados os sonhos das pessoas”. Albert Schweitzer disse certa vez: “a tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo”. Sim, a pior coisa do mundo é gente que morre “grávido” de seus sonhos!

Quando o Dr. Myles terminou sua preleção, eu estava ajoelhado com meus olhos encharcados de lágrimas, pensando quais eram os meus sonhos. Podia ouvir ao fundo o cantor Asaph Borba cantando a canção que dizia: “minh’alma engrandece ao Senhor, meu espírito se alegra em Deus, meu salvador. Pois com poder tem feito grandes coisas, e com misericórdia tem mostrado amor...”.

Meu corpo estava curvado, meu coração contrito e meu espírito quebrantado. A canção havia terminada e um silêncio gostoso imperava no auditório. Depois de alguns minutos, o Dr. Myles tomou o microfone e disse: “Não morra com Meus sonhos! Não morra com Meus sonhos!”. Todos sabiam que não era ele quem falava, era o Senhor.

Saí daquele lugar impactado. Voltei para Recife com desafios novos e com uma vontade incontida de ser útil aos propósitos de Deus. Disse a Ele em oração: “quero conhecer quais são os Teus desejos para mim, e quero me esforçar o tanto quanto possível para que eles se concretizem”.

De lá para cá, já se foram 18 anos... Caminhando no caminho que só pode ser feito enquanto se caminha, tenho visto muitos destes desejos se tornando realidade. Mais ainda é pouco! E digo isto porque creio que Deus ainda tem mais. Por isso continuo, como sempre, fazendo planos e sonhando, sonhando como nunca...

Sola Gratia !

Carlos Moreira

A Igreja e os ET's


Esta semana, ao passar em frente a uma banca de jornal, li a seguinte manchete na capa de uma revista de grande circulação: “Descoberta de água em marte pode responder a uma das mais antigas perguntas da humanidade: existe vida fora do nosso planeta?”.

Embora a igreja cristã tenha produzido muitos intelectuais notáveis ao longo de toda a história, de uma forma geral, ela tem uma verdadeira aversão a tudo o que é novo, especialmente a discussões sobre assuntos para os quais não tem resposta nem deseja ter, entre eles, a questão da vida em outros planetas.

É compreensível que a igreja cristã não esteja disposta a discutir esse tipo de assunto “herético”, afinal de contas, caso existam outros planetas, toda a teologia da igreja terá que ser repensada e muitos dos seus dogmas, defendidos com unhas e dentes por padres e pastores, irão por água abaixo.

A igreja afirma, baseada na exegese de João 3:16, que Deus amou o mundo e por isso enviou Jesus para morrer pelos homens pecadores. Caso fosse comprovada a existência de vida inteligente em outros planetas, que valor teria a redenção para esses nossos “irmãos intergaláticos”? E a cruz? Cristo teria morrido várias vezes em várias cruzes espalhadas pelo cosmos?

Confesso que perguntas como estas não são fáceis de responder. Por esse motivo, talvez os padres e pastores prefiram encerrar a discussão dizendo que as pessoas que fazem essas perguntas estão sendo influenciadas pelo diabo e que os ET´s (se é que existem) não passam de demônios.

Esse foi o método usado pela igreja ao longo dos anos todas as vezes que perguntas como esta questionavam certos dogmas. Sempre que a igreja se viu em perigo de natureza teológica acusou pessoas de possessão e depois as queimou na fogueira.

O heliocentrismo hoje em dia é fato consumado, mas houve um tempo em que dizer que o sol, e não a terra, era considerado o centro do nosso sistema, era crime passível de morte.

O próprio Agostinho não acreditava que existisse se quer outros continentes, afinal de contas, dizia ele: “como pode Deus ter colocado pessoas em outras terras, separadas de nós pelos mares, afastadas da igreja e sem possibilidade de ouvir o Evangelho?”.

Pelo visto, o próprio Agostinho, não obstante seus indiscutíveis dotes filosóficos e teológicos, acreditava que o mundo se reduzia a Roma e ao norte da África, onde ele nasceu. Até mesmo os grandes pensadores se deixam laçar pelos tentáculos do cristianismo institucionalizado e seus dogmas.

Pena que Agostinho tenha morrido bem antes do final do século XV, quando Cristóvão Colombo, coincidentemente o portador de Cristo (crist: Cristo, ovan: portador), fez os primeiros contatos com as criaturas que Agostinho julgava ser impossível existirem.
A igreja cristã é a instituição mais paradoxal e contraditória que já conheci. Se por um lado ela leva muitas pessoas ao conhecimento de Jesus Cristo, por outro, ela mesma se encarrega de afastá-las de Deus por causa do seu fundamentalismo.

Eu não conheço uma única passagem da Bíblia na qual Jesus, ao ser abordado por alguém com uma pergunta de difícil resposta, tenha dito que o seu interlocutor estava possesso.

Para alguns pastores é bem mais fácil dizer que a pergunta de alguém foi influenciada pelo diabo do que admitir sua ignorância no assunto, tomar vergonha na cara e ir estudar.

Portanto meu bom amigo, se você quiser fazer qualquer pergunta sobre vida fora do nosso planeta, procure qualquer um menos o seu pastor, caso contrário você será acusado de heresia e pacto com o diabo, e sua pena só será atenuada se você estiver com o dízimo em dia, caso contrário, é melhor ser abduzido.

André Pessoa

Perplexidade sem Comoção


Desde que coloquei os meus pés pela primeira vez numa igreja evangélica que escuto os pastores e pregadores cristãos se referirem à sociedade ao nosso redor como o “mundo”. Nas pregações é comum ouvir algum empolgado orador referindo-se a sociedade laica como “o mundo lá fora”.

Enfim, para a maioria dos pregadores, a igreja é algo totalmente separado do universo das coisas e das pessoas, profanos por natureza. Tem-se a impressão, ao ouvir-se esses arautos do dualismo cartesiano, que o cristianismo se desenvolveu num vácuo, alheio a tudo e a todos.

Quero propor nesta curta reflexão a seguinte tese: para saber o que está acontecendo na igreja devemos observar e analisar o que está ocorrendo no mundo e para saber o que pensa o mundo é preciso observar o que acontece na igreja.

Por exemplo, não é preciso ser um grande especialista em problemas eclesiásticos ou em homilética para perceber que o tipo de sermão que a igreja tem ouvido nos últimos cem anos já não comove as pessoas que compõem a congregação.

Os dirigentes da igreja e pregadores precisam entender que as pessoas que freqüentam os templos nos nossos dias são indivíduos à beira da apostasia a quem as minúcias físicas e emocionais da morte violenta de Jesus Cristo na cruz não mais comovem.

No último final de semana estive numa grande igreja de nossa cidade e vi um bom pregador (espécie em extinção em nosso meio) fazer das tripas coração e se debater em visível esforço para levar à comoção um público apático e sem vida, muito parecido com os ossos secos da visão de Ezequiel.

As pessoas para quem ele se dirigiu só davam aleluia e amém mecanicamente, faziam isso mais pela obrigação de compensar o esforço do homem de Deus do que porque verdadeiramente estivessem sentindo algo que de longe pudesse ser comparado a ação do Espírito Santo.

As igrejas viraram cemitérios, os crentes são defuntos que ainda não abandonaram o hábito de ir ao culto, mas que mais cedo ou mais tarde o farão. Os nomes nas fachadas dos templos se transformaram em epitáfios denominacionais.

Os pregadores evangélicos, boa parte deles despreparados, insistem num modelo de pregação falido e que não surte mais efeito quando dirigido a um ouvinte de cultura mediana atordoado pelo ceticismo do mundo contemporâneo.

O máximo que o homem de Deus, de quem falei linhas atrás, conseguiu com seu sermão ensaiado durante toda a semana pra levar os ouvintes à contrição com Cristo foi uma perplexidade sem comoção, sentimento estranho e patético muito comum entre as pessoas que vão aos cultos.

Perplexidade sem comoção, eis a atitude que se observa nos evangélicos que freqüentam as igrejas históricas de hoje e que ingeriram um veneno para o qual os pregadores ainda não possuem o antídoto. Nem o Instituto Butantan impedirá as agonias que sobrevirão à igreja no Brasil.

De cada trinta pessoas que vão aos cultos em nossos dias, quinze deixarão de comparecer a eles nos próximos três anos e as outras quinze se dispersarão paulatinamente enquanto os pregadores se debaterão com sua luta titânica contra os moinhos de vento.

Posso perceber no semblante das pessoas que elas não encontraram o que foram buscar nos cultos dos quais participam. A mensagem pregada tem cheiro de antiguidade e teia de aranha. As pessoas estão frustradas, mas ficam em silêncio, porque na igreja, assim como nas penitenciárias, o silêncio é a lei (quem a transgride paga com a exclusão).

Se os pregadores quiserem ser bem sucedidos nas próximas décadas, e isso não significa pregar para auditórios lotados, terão que abordar os antigos textos sobre uma nova perspectiva. Não se coloca vinho novo em odres velhos!

Precisarão expor textos não expostos, falar o que não foi falado, ousar enunciar uma nova teologia perpassada pela cultura e descer até as profundezas a fim de resgatar as vidas que estão à beira do abismo no qual os seres humanos afundam todos os dias.

Chega de sermões apologéticos de quinta categoria! Até Deus já está tapando os ouvidos com as mãos cada vez que o dirigente de um culto anuncia: “vamos ouvir agora a palavra de Deus”. Penso que, lá do céu, Deus pergunta retoricamente: “Minha Palavra?”.

A palavra de Deus cessou nos púlpitos. O que existe hoje, com raras exceções, é uma decadente caricatura daquilo que um dia chamou-se sermão. Tudo isso me faz lembrar as palavras do profeta Isaías: “O que sacrifica um boi é igual ao que comete um homicídio” (Isaías 66:3).

Cultos vazios de significado são considerados atos criminosos por Deus! Ressuscitai pregadores, consultai as Escrituras, observai o mundo, ouvi o povo e buscai a Deus a quem dizeis que servis. Caso contrário, as pregações serão apenas “palavras, pequenas, palavras apenas, palavras.”...

André Pessoa

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

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